Diretoria anterior deixa dívida de R$ 11,7 milhões na Santa Casa; Prédio do hospital está hipotecado
A dívida deixada pela diretoria anterior da Santa Casa de Cambé ultrapassa a casa dos R$ 11,7 milhões. São exatos R$ 11.726.742 (onze milhões, setecentos e vinte e seis mil e setecentos e quarenta e dois reais) apurados até agora pela equipe de intervenção que administra o hospital desde o dia 24 de outubro.
A dívida é composta por R$ 3,4 milhões devidos a fornecedores (R$1,2 milhão vencido e em atraso e R$ 2,2 milhões a vencer); R$ 1,6 milhão em impostos não recolhidos, sendo que destes, R$ 1,2 milhão são de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), descontado dos funcionários da Santa Casa e não recolhido aos cofres da Receita Federal e outros R$ 111 mil em FGTS de funcionários não recolhidos; e R$ 6,5 milhões em empréstimos bancários, sendo que deste total, R$ 3,7 milhões da dívida são oriundos de uma operação de crédito junto ao BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - que originalmente, em 2009, tinha um valor de R$ 2 milhões. Para a Caixa Econômica Federal, a Santa Casa de Cambé deve R$ 1 milhão e outros R$ 1,1 milhão para o BicBanco. Para o Banco do Brasil o hospital deve R$ 277 mil e para a Cooperativa de Crédito Uniprime, outros R$ R$ 340 mil.
As informações são oficiais e foram repassadas pela interventora Mercês Matos Peixoto em reunião da qual participou a promotora Adriana Lino. No total de R$ 11,7 milhões ainda não está calculado o passivo trabalhista do hospital.
Desconto na boca do caixa - A face mais perversa da situação, no entanto, é que parte dos recebimentos futuros do hospital estão vinculados ao pagamento de empréstimos bancários. Somente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica ficam com R$ 25 mil por mês, descontados diretamente do dinheiro que a Santa Casa tem para receber do SUS. “Em todos os lugares onde há convênio, tem empréstimo”, relata a interventora Mercês Mattos Peixoto, informando que este dinheiro faz muita falta para manter o custeio mensal do hospital.
Prédio da Santa Casa está hipotecado
Desconto na boca do caixa - A face mais perversa da situação, no entanto, é que parte dos recebimentos futuros do hospital estão vinculados ao pagamento de empréstimos bancários. Somente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica ficam com R$ 25 mil por mês, descontados diretamente do dinheiro que a Santa Casa tem para receber do SUS. “Em todos os lugares onde há convênio, tem empréstimo”, relata a interventora Mercês Mattos Peixoto, informando que este dinheiro faz muita falta para manter o custeio mensal do hospital.
Prédio da Santa Casa está hipotecado
Além da péssima notícia do tamanho da dívida deixada pela diretoria anterior da Santa Casa, outra é ainda mais grave: o prédio do hospital está hipotecado como garantia do empréstimo feito junto ao BRDE. “Por conta de uma dívida junto ao BRDE, originalmente de R$ 2 milhões, o prédio da Santa Casa está hipotecado. A dívida já está em R$ 3,7 milhões e prédio corre o risco de ser perdido”, informou a promotora Adriana Lino.
Segundo a interventora Maria das Mercês, o empréstimo junto ao BRDE foi realizado em 2009, sendo que do total de R$ 2 milhões, metade seria destinado para a compra de equipamentos e o restante para a construção de uma nova ala no hospital. O novo prédio é um barracão inacabado, onde pode ser visto que foi levantado com estrutura pré-moldada, telhas de fibrocimento e fechamento lateral de blocos de cimento, onde não foi, segundo técnicos, investido nem 30% do total que seria destinado à construção. Quantos aos equipamentos, Mercês Peixoto informou que a equipe está levantando o que pode ter sido comprado e onde estariam os equipamentos, mas já adiantou que nem todo o dinheiro (R$ 1 milhão) foi gasto com a compra de equipamentos.
Sem autorização - O estatuto da Santa Casa prevê que, em casos de alienação do imóvel do hospital, uma assembléia geral da instituição deve ser realizada e autorizar a alienação. “Já verificamos que não há ata que autorize”, diz Adriana Lino.
Para esclarecer a questão a promotora informa que já tomou novas providências jurídicas. “A situação é gravíssima e resulta de má gestão. Por isso instaurei outro procedimento após a intervenção para verificar o que aconteceu neste empréstimo e requisitei informações junto ao BRDE . Também já solicitei uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado e ainda requeri e foi deferido o bloqueio dos bens dos antigos diretores”, detalhou a promotora Adriana Lino informando que o objeto da ação é a restituição do dinheiro para a instituição.
“A sociedade precisa se unir para salvar o hospital”, diz a promotora Adriana Lino
“A sociedade cambeense precisa se unir para salvar a Santa Casa”. Com estas palavras a promotora Adriana Lino convocou representantes da sociedade organizada para atuar em uma frente de trabalho para ajudar o hospital a enfrentar sua pior crise.
Participaram das duas primeiras reuniões representantes dos clubes de serviço (Lions e Rotary), da Maçonaria, da Prefeitura e da Câmara Municipal, de movimentos da Igreja Católica, do Conselho de Saúde, Conselho Tutelar de Cambé, Associações de Moradores, do Sindicato Rural de Cambé, das Senhoras de Rotarianos, da OAB local, além de representantes da 17a. Regional de Saúde, Secretaria de Saúde de Cambé, do Hospital São Francisco e da equipe de intervenção. A interventora Maria das Mercês Peixoto lembra que o grupo não está fechado e toda ajuda é bem vinda.
Medida de transparência - Um dos atos concretos tirados da reunião com a comissão foi a elaboração de uma ampla reunião com a comunidade, que vai acontecer no dia 24 de janeiro de 2013, a partir das 19h30 na Casa Comunitária do Lions Clube (Rua França, em frente ao Centro de Eventos). Nesta reunião a interventora e a promotora vão detalhar os aspectos da intervenção, das dívidas encontradas, dos procedimentos judiciais que estão em curso contra membros da diretoria anterior, e sobretudo, a discussão da adoção de mecanismos para que a sociedade possa ajudar a recuperar a Santa Casa e também possa acompanhar sua gestão.
Nesse sentido, a Santa Casa também vai admitir novos associados em seu quadro (atualmente são apenas 21). Os interessados devem procurar a interventora ou a promotora de Justiça.
Vicentinos doam 700 kg de alimentos
Segundo a interventora Maria das Mercês, o empréstimo junto ao BRDE foi realizado em 2009, sendo que do total de R$ 2 milhões, metade seria destinado para a compra de equipamentos e o restante para a construção de uma nova ala no hospital. O novo prédio é um barracão inacabado, onde pode ser visto que foi levantado com estrutura pré-moldada, telhas de fibrocimento e fechamento lateral de blocos de cimento, onde não foi, segundo técnicos, investido nem 30% do total que seria destinado à construção. Quantos aos equipamentos, Mercês Peixoto informou que a equipe está levantando o que pode ter sido comprado e onde estariam os equipamentos, mas já adiantou que nem todo o dinheiro (R$ 1 milhão) foi gasto com a compra de equipamentos.
Sem autorização - O estatuto da Santa Casa prevê que, em casos de alienação do imóvel do hospital, uma assembléia geral da instituição deve ser realizada e autorizar a alienação. “Já verificamos que não há ata que autorize”, diz Adriana Lino.
Para esclarecer a questão a promotora informa que já tomou novas providências jurídicas. “A situação é gravíssima e resulta de má gestão. Por isso instaurei outro procedimento após a intervenção para verificar o que aconteceu neste empréstimo e requisitei informações junto ao BRDE . Também já solicitei uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado e ainda requeri e foi deferido o bloqueio dos bens dos antigos diretores”, detalhou a promotora Adriana Lino informando que o objeto da ação é a restituição do dinheiro para a instituição.
“A sociedade precisa se unir para salvar o hospital”, diz a promotora Adriana Lino
“A sociedade cambeense precisa se unir para salvar a Santa Casa”. Com estas palavras a promotora Adriana Lino convocou representantes da sociedade organizada para atuar em uma frente de trabalho para ajudar o hospital a enfrentar sua pior crise.
Participaram das duas primeiras reuniões representantes dos clubes de serviço (Lions e Rotary), da Maçonaria, da Prefeitura e da Câmara Municipal, de movimentos da Igreja Católica, do Conselho de Saúde, Conselho Tutelar de Cambé, Associações de Moradores, do Sindicato Rural de Cambé, das Senhoras de Rotarianos, da OAB local, além de representantes da 17a. Regional de Saúde, Secretaria de Saúde de Cambé, do Hospital São Francisco e da equipe de intervenção. A interventora Maria das Mercês Peixoto lembra que o grupo não está fechado e toda ajuda é bem vinda.
Medida de transparência - Um dos atos concretos tirados da reunião com a comissão foi a elaboração de uma ampla reunião com a comunidade, que vai acontecer no dia 24 de janeiro de 2013, a partir das 19h30 na Casa Comunitária do Lions Clube (Rua França, em frente ao Centro de Eventos). Nesta reunião a interventora e a promotora vão detalhar os aspectos da intervenção, das dívidas encontradas, dos procedimentos judiciais que estão em curso contra membros da diretoria anterior, e sobretudo, a discussão da adoção de mecanismos para que a sociedade possa ajudar a recuperar a Santa Casa e também possa acompanhar sua gestão.
Nesse sentido, a Santa Casa também vai admitir novos associados em seu quadro (atualmente são apenas 21). Os interessados devem procurar a interventora ou a promotora de Justiça.
Vicentinos doam 700 kg de alimentos
O Conselho Central dos Vicentinos de Cambé fez a entrega de cerca de 700 kg de alimentos não perecíveis para a Santa Casa de Cambé. Os alimentos serão utilizados na preparação das refeições dos internos. “Toda doação é bem vinda” diz Maria das Mercês, informando que também existe uma lista de produtos necessários, para facilitar o trabalho de quem quer fazer uma doação. Participaram da entrega a presidente dos Vicentinos, Josiane Ribeiro dos Santos Brito, a interventora Maria das Mercês Matos Peixoto, a promotora Adriana Lino, o presidente do Conselho Tutelar, Cleber Costa, entre outras autoridades.Todo tipo de contribuição é bem vinda e a equipe de intervenção avisa que todas as doações, de qualquer tipo, serão registradas e os doadores poderão acompanhar e conferir a utilização dos bens ou dos recursos.
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