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domingo, 23 de setembro de 2012

Em um único dia médico recebeu 36 horas de plantão

Do CAMBÉ DE FATO:


Em um único dia médico recebeu 36 horas de plantão



Em um único dia o médico Armando Jairo da Silva Martins (Dr. Martins), recebeu R$ 1.525,00 por 36 horas de plantão. O médico trabalhou 24 horas e recebeu por 36 horas.Ao todo ele recebeu R$ 1.050,00 para fazer 24 horas de plantão de Clínica Médica e, no mesmo dia, outros R$ 525,00 para fazer 12 horas de plantão de Ginecologia e Obstetrícia no Pronto Socorro da Santa Casa de Cambé.


O dia para todos os homens e mulheres comuns tem 24 horas. Para o médico Armando Jairo da Silva Martins, também conhecido como Dr. Martins, o dia pode ter 36 horas.
É o que se deduz ao analisar a planilha de plantões pagos da Santa Casa de Cambé do mês de setembro de 2011. Martins, que é plantonista do hospital em duas especialidades (Clínica Geral e Obstetrícia) tem um histórico de realização dos dois tipos de plantões no mesmo horário, recebendo duplamente pelo mesmo horário trabalhado, como denunciou o CAMBÉ DE FATO em sua edição anterior, no caderno sobre a Santa Casa (Ed. 82, de 18 de agosto de 2012).
Mas o ápice da situação pode ser notado no que aconteceu no dia 12 de setembro de 2011, quando o médico realizou 24 horas de plantão na modalidade Clínica Médica e outras 12 horas na modalidade Obstetrícia ao mesmo tempo. Foram 36 horas de plantão no mesmo  período de 24 horas.

Os fatos - Segundo a escala de plantões da Santa Casa de Cambé do mês de setembro de 2011, no dia 12 o médico Armando Jairo da Silva Martins iniciou plantão de Clínica Médica às 7h00 da manhã e foi no plantão até as 13h00 do dia seguinte (13/9). No mesmo horário, a escala de plantão de Obstetrícia indica que ele também iniciou plantão que duraria até as 19h00 do mesmo dia (12 horas corridas). Em outras palavras, Dr. Martins realizou 24 horas de plantão de Clínica Médica (das 7h00 do dia 12 até as 7h00 do dia 13) e ainda mais 12 horas de plantão de Obstetrícia (das 7h00 do dia 12 até às 19h00 do mesmo dia). Isso significa dizer que em um perído de 24 horas (das 7h00 do dia 12 às 7h00 do dia 13), o médico Martins fez 36 horas de plantão, em duas  modalidades, recebendo duplamente.
Segundo a planilha de Plantões a Pagar, documento oficial da Santa Casa, Martins recebeu R$ 1.525,00 (hum mil, quinhentos e vinte e cinco reais) por 36 horas de plantão, sendo que trabalhou apenas 24. Do total, R$ 1.050,00 (hum mil e cinquenta reais) por 24 horas de plantão de Clínica Médica e outros R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais) por 12 horas de plantão de Obstetrícia.
O dinheiro utilizado para este e outros pagamentos de plantões médicos é  repassado pela Prefeitura de Cambé como subvenção, ou seja, é dinheiro público.

Diretora reconhece a prática - A diretora da Santa Casa, Isabel da Silva, que havia negado para o CAMBÉ DE FATO a prática de pagamentos duplos, reconheceu, posteriormente, durante um depoimento judicial que a prática realmente aconteceu.
Na mesma ocasião, Isabel Aparecida da Silva também reconheceu como verdadeiros os documentos juntados pela Editora Paraná de Fato, que edita o jornal CAMBÉ DE FATO ao processo judicial, nos quais se baseiam as reportagens sobre o assunto.

Em defesa da sociedade ou quem perde, quem ganha -  A Santa Casa de Cambé recebe subvenção da Prefeitura para pagar três médicos de plantão ao mesmo tempo (um clínico geral, um ginecogista/obstetra e um pediatra). Isto acontece para que o atendimento seja feito para todo tipo de ocorrência e também para que o tempo de espera não seja excessivamente longo. Quando um médico recebe dobrado para fazer dois plantões ao mesmo tempo (como foi o caso aqui relatado), um dos públicos (o de clínica médica ou as gestantes) vai ficar esperando, quando poderia, com o mesmo dinheiro, haver outro médico atendendo a população.
Por outro lado, quem ganha é o médico, que recebe duas vezes para realizar o mesmo período de atendimento.
O advogado Renê Spinassi, que representa o CAMBÉ DE FATO já requereu que a documentação juntada pelo jornal seja enviada para a análise do Ministério Público local.    

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