Todo ano o dia dos pais é
um tanto difícil para quem já deu adeus definitivamente ao seu pai, como eu, meus
irmãos e milhões de pessoas em todo mundo.
Poderia tecer novas linhas
falando de meu pai, de como seu exemplo é importante para mim, ou de como sua
falta é irreparável.
Mas este ano quero olhar
para fora da minha dor e ver um lado da paternidade ainda pouco lembrado: aquela
que nunca vai acontecer por que milhares de jovens morrem antes de poder ser
pai.
Ao folhear velhos jornais
hoje pela manhã, me deparei com fotos publicadas de jovens sorridentes, bonitos
e que já não estão mais aqui. Morreram tragicamente de acidentes, doenças ou,
por outro lado, fazem parte de uma triste estatística da criminalidade.
Ser pai é uma benção de
Deus e uma missão complexa. Mas é prazerosa e, acima de tudo, gratificante.
Tenho essa benção e a vivo diariamente, mas não posso deixar de pensar em
tantos garotos que morreram aos 18, 17, 20, ainda namorando e que nunca saberão
a maravilha e os desafios que é ser pai. Fico a pensar que a vida lhes foi tirada em
uma esquina, em um acidente de carro ou moto; em uma festa, na beira de um rio,
ou ainda na tristeza de um assassinato decorrente da violência que assola o
país e ceifa milhares de vidas jovens todos os anos.
Penso também nos pais
desses jovens, que os criaram com carinho, afeto, dedicação e,
inexplicavelmente não poderão testemunhar que seus filhos também sejam pais.
Não consigo imaginar a sua dor, por mais que tente.
Mas, não quero, com esse
texto, lançar tristeza sobre um dia tão especial. Apenas deixar minha solidariedade
com tantas famílias que já perderam seus filhos e filhas, e também meu olhar de
cumplicidade com quem tem a dor de não poder abraçar seu pai neste dia.
Por fim e acima de tudo,
agradeço a Deus por ter me tornado filho de meu pai, Seo Luiz e de minha mãe,
Terezinha, e ter me dado a benção de ser pai de Alana, que gerei com Fátima,
minha amada companheira.
Onde estiver, Seo Luiz,
Obrigado!
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