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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Após protesto pela morte de adolescentes, comunidade faz reunião com ALL, prefeito e vereadores

Dez dias depois do acidente que matou duas adolescentes no pátio de manobras da ALL, no centro de Cambé, e traumatizou a cidade, a APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Olavo Bilac juntamente com a Fasmoc- Federação das Associações de Moradores de Cambé promoveram reunião para debater soluções para os problemas que decorrem da presença da linha férrea na área urbana de Cambé. O principal ponto da discussão é necessidade de dar mais segurança para quem tem que atravessar a linha férrea diariamente.
O encontro contou com a presença do prefeito João Pavinato, do presidente da Câmara Junior Félix, de outros sete vereadores e de representes da ALL - América Latina Logística, além de muitos moradores da zona norte da cidade.
“A nossa preocupação da APMF é com as crianças do Colégio Olavo Bilac, que têm que atravessar a linha para ir para a escola ou voltar para casa”, disse Sandra Regina Ceballos, presidente da APMF.
Já Valdinei Timóteo Rocha (Ney do Gás), presidente da Fasmoc, afirmou que o objetivo da reunião era entregar ao prefeito e aos representantes da ALL uma pauta de reivindicações da comunidade. “Essas reivindicações foram colhidas durante a passeata que fizemos”, disse Ney do Gás, referindo-se ao protesto do dia 7 de novembro.
Na pauta da comunidade estão os pedidos para a retirada total do pátio de manobras da ALL do centro de Cambé; a construção de passarelas em todas as passagens de pedestres junto à linha férrea; o início imediato das obras de transposição da ferrovia (trincheira); o rebaixamento da linha em toda a sua extensão e o retorno das cancelas.
Na sua fala, o prefeito João Pavinato lembrou que algumas destas reivindicações são projetos de médio e longo prazos. “O problema é que a travessia da ferrovia não estava na agenda da cidade até pouco tempo. Muitos prefeitos passaram e nada fizeram para resolver o problema”, disse Pavinato que lembrou que outras cidades tomaram decisões diferentes a respeito do problema da linha férrea, mas que há muito tempo debatem e trabalham para solucionar a questão. “Londrina tirou a linha do centro ainda no primeiro mandato do Belinati (1976/1982). Maringá está rebaixando os trilhos em uma obra que já dura 15 anos. Mandaguari tirou o pátio de manobras de dentro da cidade”, lembrou o prefeito.
Pavinato também disse que o assunto está merecendo toda a sua atenção e que está avaliando as reivindicações da comunidade e discutindo cada uma delas com a área técnica da Prefeitura, com a ALL e com os órgãos estaduais e federais envolvidos. “O que for técnica e financeiramente possível fazer para dar mais segurança à crianças e adultos que cruzam a linha férrea, vamos lutar para realizar”, comprometeu-se Pavinato.
João Pavinato também lembrou que ele e sua equipe estão trabalhando desde o primeiro dia de mandato para conseguir obter as autorizações para o início da trincheira que vai ligar as ruas Curitiba e Belo Horizonte. “Quando assumi, o empreiteiro da obra me procurou e disse que o projeto estava errado e a obra custaria R$ 300 mil a mais”, conta o prefeito que informou que a Prefeitura corrigiu o projeto e buscou, juntamente com o deputado Durval Amaral que o Governo do Estado fizesse um aditivo no contrato da construção. “A trincheira é uma obra do Governo do Estado que só vai sair por que trabalhamos para conseguir resolver todos os entraves burocráticos que seguravam o seu começo”, revela o prefeito dizendo que a empreiteira já tem o sinal verde da ALL, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) da SPU (Secretaria de Patrimônio da União) e do IAP para começar a construção.
Por outro lado, João Pavinato informou a comunidade de que está tramitando no governo Federal um projeto que vai contratar uma empresa para analisar a viabilidade técnica e financeira do rebaixamento da linha férrea em toda a cidade. “Ainda é um projeto, mas já temos assegurado o dinheiro para que a empresa seja contratada e realize o estudo de viabilidade. Este é o primeiro passo de uma grande luta”, disse Pavinato.
Quanto a reivindicação sobre a retirada do pátio de manobras do centro da cidade, Pavinato informou que é uma obra cara e demorada, mas que, se for esse o melhor caminho, será considerado. “O pátio hoje atende três empresas. Vamos estudar o assunto e, se for a melhor alternativa, vamos oferecer áreas no parque industrial para estas empresas, onde também poderá ser construído um novo pátio de manobras para a ALL. Importante lembrarmos que este é um grande investimento e para realiza-lo precisamos de parceiros”, resumiu o prefeito.
Por outro lado, o prefeito de Cambé sinalizou que concorda com a comunidade sobre a necessidade da instalação de uma passarela por sobre o pátio de manobras, ligando o centro da cidade à Vila Mesquita. “É um equipamento importante, que garante a segurança dos moradores e vamos pedir que a ALL construa essa passarela no menor prazo possível”.
Já a América Latina Logística, empresa concessionária do transporte ferroviáriio na região, esteve representada na reunião pela gerente de Relações Corporativas e de Patrimônio, Ivana Helena Zamuner Spir e pelo gerente regional de operações José Batista. Ivana externou para os presentes que a ALL tem todo interesse em resolver o problema do pátio em Cambé. “Lamentamos o acidente ocorrido e estamos à disposição da comunidade e da Prefeitura para buscar soluções para o problema”, disse ela, que assumiu o compromisso de encontrar as melhores soluções para dar segurança aos pedestres que cruzam a linha férrea diariamente.
Já o Legislativo Municipal, que esteve maciçamente na reunião, foi representado por seu presidente, Junior Felix, que também manifestou as condolências de todos os vereadores junto aos familiares das duas vítimas, e ao mesmo tempo, disse que a Câmara estava à disposição para trabalhar juntamente com o executivo, com a empresa ALL e a comunidade para encontrar as melhores soluções para a população.
No final da reunião, cerca de vinte moradores da região norte conversaram com os representantes da ALL e relataram diversas situações envolvendo a linha férrea e as composições da ALL e também fizeram muitas reclamações e pediram solução rápida para o problema.

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